Nossa Senhora da África é uma imagem de Nossa Senhora que se encontra na Basílica do mesmo nome, situada na cidade de Argel, capital da Argélia.
A história da imagem remonta à primeira metade do século XVIII, quando o renomado escultor Edmé Bouchardon esculpiu em São Sulpício uma imagem de Nossa Senhora, que foi batizada como a “Virgem de Bouchardon”, da qual só foi conservada uma gravura.
Mais de cem anos depois, o Arcebispo de Quélen, de Paris, pediu a Deus e a Nossa Senhora (durante anos) pela conversão de Prince de Talleyrand-Périgord, um renomado diplomata francês, que tinha sido bispo e abandonara a fé durante a Revolução Francesa. De fato, durante uma peregrinação religiosa a Notre-Dame de la Délivrande, o arcebispo ofereceu ao convento uma imagem de Nossa Senhora, caso Talleyrand se convertesse.
A conversão de Talleyrand e a sua volta à Igreja Católica efetivamente aconteceram pouco antes da sua morte, de acordo com as informações fornecidas pelo padre Dupanloup, superior do Seminário de São Nicolau de Chardonnet.
O Arcebispo de Quélen mandou então esculpir uma imagem de Nossa Senhora que seguisse o modelo da Virgem de Bourdachon. Esta imagem, de mais ou menos metro e meio de altura, feita de bronze, permanece em La Délivrande até os dias de hoje. Ela é venerada publicamente desde o dia 8 de setembro de 1838. Na frente da imagem pode ser lida a inscrição Virgo Fidelis (Virgem Fiel).
Posteriormente, o arcebispo de Quélen encomendou uma segunda imagem, muito parecida à primeira, que inicialmente foi posta na entrada do convento das Damas do Sagrado Coração na rua Verenne, em sinal de agradecimento por ter sido ali acolhido quando foi expulso da sua Arquidiocese no ano de 1830. Foi ali que de Quélen morreu, no ano de 1839.
Aconteceu que Dom Dupuch, primeiro Bispo de Argel, viajou para a França em busca de recursos e clérigos para a sua nova Diocese. Sabendo da generosidade das Damas do Sagrado Coração, Dupuch programou visitas a vários dos seus conventos, entre eles o da rua Verenne, onde estava a imagem da Virgo Fidelis. Imediatamente seu coração foi movido pela devoção à imagem, da qual uma nova cópia foi encomendada, aproveitando-se o molde da anterior, que ainda existia. Esta imagem, que foi entregue a Dupuch no dia 5 de maio, é a que depois se tornará a de Nossa Senhora da África.
A imagem chega a Argel em 1843, ficando, em primeiro lugar, na residência do Bispo. Depois fica por um tempo com os trapistas de Staouéli, que a colocaram na fachada principal do monastério. Em baixo da imagem estava escrito: “Eles me escolheram como a sua guardiã”. Três anos depois, o sucessor de Dupuch, o Bispo Pavy, pediu de volta a imagem da Virgo Fidelis, a qual foi instalada na capela temporária, perto da que seria no futuro a “Basílica Nossa Senhora da África”, no dia 20 de setembro de 1857.
A construção da nova igreja foi concluída no ano de 1866, pelo sucessor de Pavy, o Bispo Lavigerie. A mesma foi consagrada no dia 2 de julho de 1872. No ano seguinte, no dia 4 de maio, a imagem de Nossa Senhora da África (a Virgo Fidelis) foi instalada no novo santuário.
Alguns anos depois, Dom Lavigerie pediu a Pio IX que Nossa Senhora da África fosse coroada, o que lhe foi concedido no dia 30 de abril de 1876, quando, depois de ler dois Breves Pontificais, uma diadema preciosa foi colocada na cabeça da Virgem. Desde esse dia, a igreja se tornou uma Basílica.
Nossa Senhora da África,
Rogai por nós que recorremos a Vós!
Nossa Senhora da África
Outra imagem de Nossa Senhora da África
O atual santuário foi concluído em 1872 sobre um promontório que domina o mar e a cidade de Argel. Numerosos são os peregrinos que o visitam. Há milhares de ex-votos espalhados nas paredes. Não apenas católicos, como também muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as partes para rezar ante a imagem da Santíssima Virgem, chamada em árabe de "Lalla Mariam".
Argel, com uma população de mais de um milhão de habitantes, ao norte da África, é a capital da Argélia, o segundo maior país da África. No século IV havia neste país entre 600 e 700 bispos católicos.
Santo Agostinho, um dos maiores santos da Igreja, era argelino. Os árabes aí impuseram a religião islâmica a partir do século VII. Hoje o Islamismo é a religião do estado, praticada por 98% da população. Nas quatro dioceses argelinas não há mais que cerca de 60.000 católicos.Em Argel encontra-se um célebre santuário mariano dedicado a Nossa Senhora da África. Duas mulheres foram as idealizadoras deste templo. Margarita Bergezio e Anna Cuiquien, francesas, de origem italiana. Elas acompanharam o bispo Dom Pavy, em 1846, para dedicarem-se às obras sociais que o mesmo bispo fundara na Argélia. Quando ali chegaram as missionárias não encontraram nenhum santuário mariano. Por isso colocaram uma pequena imagem da Virgem sobre uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o lugar se transformou num centro de peregrinação por parte de numerosos devotos de Nossa Senhora. As piedosas mulheres recolheram dinheiro e construíram uma capela provisória em 1857.