Declara o Símbolo "Quicumque" do Concílio de Toledo ano 400-447.
"É necessário para a eterna salvação crer também fielmente na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é Deus e homem. É Deus engendrado na substância do Pai antes dos séculos... Dz. 40.
O dogma diz que Jesus Cristo possui a infinita natureza Divina com todas suas infinitas perfeições, por ter sido engendrado eternamente por Deus.
Provas das Sagradas Escrituras:
Títulos que aludem à dignidade Divina do Messias:
Emmanuel. Deus conosco (Is 7, 14; 8,8).
Admirável conselheiro. Varão forte. Pai do século futuro. Príncipe da Paz. (Is 9,6).
"Teu és meu Filho amado, em Ti deposito minha complacência." (Batismo no rio Jordão (Mt 23, 17).
"Este é Meu Filho amado, escutai-O..." (Monte Tabor. Mt 17,5).
"...Não sabias que eu devo empregar-me nas coisas que dizem respeito ao serviço de meu Pai." (Lc 2, 49).
"Todas as coisas me foram dadas por meu Pai e ninguém conhece ao Filho senão o Pai; ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo..." (Mt. 11 , 27).
Jesus equipara seu conhecimento ao conhecimento divino do Pai, porque possui em comum com o Pai a substância Divina.
Os milagres são outra prova da divindade de Cristo:
"As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim." Jo... 10 , 25.
Afirma São Leão I o Magno (440-461), em sua Epístola dogmática, de 13 de Junho de 449:
Ficando pois, a salvo a propriedade de uma e outra natureza... natureza íntegra e perfeita de verdadeiro homem, nasceu Deus verdadeiro, inteiro no seu, inteiro no nosso. Dz. 143 ss.
Diz o Concílio de Calcedônia 451, IV ecumênico:
"... Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele mesmo perfeito na divindade e Ele mesmo perfeito na humanidade... que se tem de reconhecer em duas naturezas: sem confusão, sem mudanças, sem divisão sem separação, e de modo algum apagada a diferença de natureza por causa da união, conservando cada natureza sua propriedade e coincidindo numa só pessoa." Dz. 148.
Tudo isto indica que Cristo é possuidor de uma íntegra natureza divina e de uma íntegra natureza humana: a prova está nos milagres e no padecimento.
Sagradas Escrituras:
"E a Palavra se fez carne." Jo 1, 14.
"Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens." Fil. 2, 6-7.
Afirma o III Concílio de Constantinopla (680-681), sob o Santo Agatão (678-681):
"Proclamamos igualmente, conforme os ensinamentos dos Santos Padres, que não existem também duas vontades físicas e duas operações físicas de modo indivisível, de modo que não seja conversível, de modo inseparável e de modo não confuso. E estas duas vontades físicas não se opõem à outra como afirmam os ímpios hereges." Dz. 291. e Dz. 263-288.
Sagradas Escrituras:
"Não se faça como Eu quero, senão como Teu queres." (Mt 26,39).
"Não se faça minha vontade senão a tua." (Lc 22, 42).
"Desci do céu, não para fazer minha vontade, senão a vontade do que me enviou." (Jo 6, 38).
"Ninguém Me tira, Eu a doei voluntariamente, tenho o poder para concedê-la e o poder de recobrá-la novametente..." (Jo 10, 18).
Apesar da dualidade física das duas vontades, existiu e existe unidade moral, porque a vontade humana de Cristo se conforma com livre subordinação, de maneira perfetissima, à vontade Divina.
Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), na Sessão IV de 13 de Janeiro 1547, sob Paulo III (1534-1549):
"...O Pai celestial... quando chegou a plenitude enviou aos homens a seu Filho Cristo Jesus..." Dz.794, 299, 309.
Sagradas Escrituras:
"Deus não perdoou a seu próprio Filho, antes lhe entregou por todos nós." Rom 8, 32.
"Tanto amou Deus ao mundo que lhe deu a Seu Filho Unigênito." Jo 3, 16)
"E uma voz que saía dos céus dizia: "Este é meu Filho amado, em quem ponho minha afeição." Mt 3, 17.
"E a palavra se fez carne, e pos sua Morada entre nós, e contemplamos sua glória, glória que recebe do Pai como Filho único, cheio de graça e verdade." Jo 1, 14.
Os Santos Padres sempre rejeitaram a doutrina da dupla filiação em Cristo.
O sentido do dogma é: A pessoa que subsiste na natureza humana, de Cristo é o Filho natural de Deus. A filiação é propriedade da pessoa, não da natureza.
Em Cristo não existe mais do uma pessoa que procede do Pai por geração eterna, pelo mesmo motivo, em Cristo não pode ter mais do que uma filiação de Deus: a natural.
Afirma o Concílio de Trento (1545-1563), sob o Pio IV (1559-1565) a 17 Setembro 1562:
"O sacrossanto concílio...ensina, declara, ordena, que na Missa está contida e de modo cruel se imola aquele mesmo Cristo, que apenas uma só vez se ofereceu Ele mesmo cruelmente (ensanguentar) no altar da cruz". .Dz.940-122-951.
Sagradas Escrituras:
"Tenho aqui o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo." Jo 1, 29.
"Cristo nos amou e se entregou por nós em oferenda e sacrifício a Deus " Ef 5, 2.
"Porque nosso Cordeiro Pascal, Cristo já foi imolado." Rom 3, 25.
"Cristo se ofereceu uma vez como sacrifício para tirar os pecados do mundo." Hb 9, 28.
O adversário deste dogma é o "racionalismo". Dz. 2038. Cristo quando instituiu a Sagrada Eucaristia recordou o sacrifício de sua morte:
"Este é meu corpo que será entregado por vocês." Lc 22, 19.
Cristo, quanto a sua natureza humana, era ao mesmo tempo sacerdote e oferenda. Quanto a sua natureza Divina, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, era o que recebia o sacrifício.
Declara o Concílio de Trento (1545-1563), sob Pio IV (1559-1565):
"O concílio... "por inspiração do Espírito Santo, ensina, declara e manda... Este Deus e Senhor Nosso Jesus Cristo quis oferecer-se a si mesmo a Deus Pai, como sacrifício apresentado sobre o ara da cruz em sua morte, para conseguir para eles o eterno resgate." Dz. 938.
"...que nos reconciliou com Deus por meio de seu sangue fazendo-se por nós a justiça, santidade e a redenção." Dz. 790.
Sagradas Escrituras:
"Preço do resgate por muitos..." Mt 20, 28
"O qual se deu a si mesmo em preço do resgate..." 1 Tim 2, 6
"São justificados por sua graça..." Rom 3, 24.
"...Ele se deu a Si mesmo por nós para redimir-nos de toda iniquidade..." (1Tm 2,14).
"...Este é meu sangue do Testamento que se derrama por muitos para remessa dos pecados...." Mt. 26, 28.
São Paulo atribui à morte de Cristo a reconciliação dos pecadores com Deus, ou seja, a restauração da antiga relação de filhos e amigos com Deus. Rm. 5, 10.
Expõe o XI Concílio de Toledo (675), sob Adeodato ( 672-676):
“...ao terceiro dia, ressuscitado por sua própria virtude, levantou-se do sepulcro.” Dz. 286.
A razão disso foi a união hipostática. A causa principal da ressurreição foi o lugar comum com o Pai e o Espírito Santo. Foram causa instrumental a parte humana de Cristo, unida hipostaticamente com a divindade, ou seja: a alma e o corpo.
É negada a ressurreição de Cristo por todas as formas de racionalismo, antigo e moderno. Condenou Pio X. Dz. 2036.
Sagradas Escrituras:
Não deixarás tu minha alma no inferno, não deixarás que Teu justo experimente a corrupção...” Sl 15,10.
Cristo o predisse: “Porque da mesma maneira que Jonas esteve no ventre do peixe três dias e três noites, assim também o Filho do homem estará no seio da terra três dias e três noites....” Mt. 12, 40.
“Os apóstolos davam depoimento com grande poder da ressurreição do Senhor Jesus.” At. 4, 33.
Do ponto de vista apologético: a Ressurreição é o argumento mais decisivo sobre a verdade dos ensinamentos de Nosso Senhor:
“...Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé...” 1 Cor. 15, 14.
Sob Inocêncio III (1198-1216), declarou o IV Concílio de Latrão 1215:
“...Fielmente cremos e simplesmente confessamos: ressuscitou de entre os mortos e subiu ao céu em corpo e alma.." Dz.429.
Todos os símbolos da fé confessam, de acordo com o símbolo apostólico: “...subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai...”
Cristo subiu aos céus por sua própria virtude.
É contrário a este dogma o racionalismo. O testemunho claro desta verdade da época apostólica não deixa tempo suficiente para a formação de lendas.
Sagradas Escrituras:
Cristo havia predito: “O espírito é o que dá vida: a carne não serve para nada. As palavras que vos disse são espírito e são vida.” (Jo 6,63; 14, 2; 16, 28).
A realizou diante de testemunhas “Com isto, o Senhor Jesus, depois de falar-lhes foi elevado ao céu e se sentou à destra de Deus.” (Mc 16, 19; Lc 24, 51).
Importância:
No aspecto cristológico é a elevação definitiva da natureza de Cristo.
No aspecto soterreológico (ato ou efeito de enterrar), é o coroamento final de toda a obra redentora.