Possibilidade de conhecer a Deus com LUZ DA RAZÃO NATURAL - O Concílio Vaticano I (1869-1870) sob Pio IX (1846-1870) declarou:
"Se algum disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram feitas, excomungado." Dz.1806.
"A mesma Santa Mãe Igreja sustenta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser reconhecido com certeza pela luz natural da razão humana partindo das coisas criadas." Dz. 1785.
O Concílio apresenta os seguintes elementos:
a) O objeto de nosso conhecimento é Deus uno e verdadeiro, Criador e Senhor nosso; é portanto um Deus diferente do mundo e pessoal.
b) O princípio subjetivo do reconhecimento é a razão natural em estado de natureza caída.
c) Os meios do reconhecimento são as coisas criadas.
d) Esse reconhecimento é de por si um conhecimento verdadeiro.
e) E, é possível, ainda que não constitua o único caminho para chegar a conhecer a Deus.
Provas da Escritura:
a) "Pela grandeza e formosura das criaturas, por racionalidade se chega a conhecer ao Criador delas." Sab.13,1-9.15.
b) "Porque desde a criação do mundo, o invisibilidade de Deus, Seu eterno poder e Sua divindade são conhecidos mediante as criaturas, de maneira que eles são inescusáveis." Rom. 1, 20.
A idéia de Deus não é inata em nós mas temos a capacidade para conhecer-lhe com facilidade, e de certo modo espontaneamente, por meio de Suas obras.
A existência de Deus não só é objeto do conhecimento da razão natural, senão também objeto da fé sobrenatural: Segundo o Concílio Vaticano I (1869-1870), sob Pio IX 1846-1878, declarou en 24 Abril 1870: "A Santa Igreja católica, apostólica e romana crê e confessa que existe um só Deus verdadeiro." Dz. 1782.
Este mesmo concílio condenou como herética a negação da existência de Deus:
"Se algum negasse que apenas Deus é Verdadeiro Criador e Senhor das coisas visíveis e invisíveis, seja excomungado." Dz. 1801.
Provas da Escritura:
A fé na escritura de Deus é condição indispensável para salvar-se:
"Sem a fé é impossível agradar a Deus; pois é preciso que quem se acerque de Deus creia que Ele existe e que recompensa os que O procuram." (Hebreus 11,6).
A revelação sobrenatural da existência de Deus, confirma o conhecimento natural de Deus, faz que todos possam conhecer a existência de Deus com facilidade.
Não existe contradição no sentido de que uma mesma pessoa possa temer ao mesmo tempo ciência e fé da existência de Deus, já que em ambos os casos, o objeto formal é diverso:
Evidência Natural x Revelação Divina.
Ao primeiro chegamos pela razão natural e, ao segundo pela razão ilimitada da fé.
Não há mais do que um só Deus - O IV Concílio de Latrão 1215, sob Inocêncio III 1198-1216, declarou:
"Firmemente cremos e simplesmente confessamos que Deus é apenas Um." Dz. 428.
"A Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana crê e confessa que existe um único Deus Verdadeiro e Vivo." Dz. 1782.
Provas das Escrituras:
"Ouve, Israel! O Senhor é nosso Deus, é o único Senhor." (Dt 6,4)
"Sabemos que o ídolo não é nada no mundo e que não existe mais que um único Deus." (1 Cor 8,4).
Ver também At 17, 23; Rm 3, 39; Ef. 4, 6; 1 Tim. 1, 17; 2, 5.
Os Santos Padres provam a unicidade de Deus por Sua perfeição absoluta e pela unidade da ordem do mundo.
Diz Tertuliano: "O Ser Supremo e Excelentíssimo precisa ser único, e não pode haver igual a Ele, porque se não for assim, Ele não seria o Ser Supremo. e como Deus é o Ser Supremo, com razão diz nossa verdade cristã: Se Deus não é o Único, não há nenhum Deus."
Santo Tomás de Aquino deduz especulativamente a unicidade de Deus devido à Sua simplicidade da infinidade de Suas perfeições e da unidade do universo. Summa Teológica. I 11,3.
A história comparada das religiões nos ensina que a evolução religiosa da humanidade não passou do politeísmo ao monoteísmo, mas sim, ao contrário, ou seja, monoteísmo ao politeísmo.(cf. Rom. 1. 18)
Opõem-se a este dogma básico do cristianismo o politeísmo dos pagãos e o dualismo gnóstico-maniqueísta que supunha a existência de dois princípios não criados (que existe, sem ter sido criado; que não teve princípio) e eternos.
Deus não tem princípio nem fim - O Concílio IV de Latrão e o Concílio Vaticano I atribuem a Deus a eternidade:
"Firmemente cremos e simplesmente confessamos, que apenas um é o Verdadeiro Deus eterno..." Dz. 428.
"A Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana crê e confessa existe um único Deus, verdadeiro, vivo, eterno, imenso, incompreensível, infinito em seu entendimento e vontade e em toda perfeição." Dz. 1782.
O dogma diz que Deus possui o ser divino sem princípio nem fim, sem sucessão alguma, em um agora permanente e indivisível.
Provas das Escrituras:
Sl, 89,2. "Antes que os montes, a terra e o universo tivessem sido criados, Tu existíeis desd a eternidade à eternidade."
Sal 2,7. Jo 8,58 "Antes que Abraão nascesse, eras Tu."
Especulativamente, a eternidade de Deus se demonstra por sua absoluta imutabilidade a razão última da eternidade de Deus é sua plenitude absoluta de um ser que exclui toda potencialidade, e portanto toda sucessão. Summa Teológica I 10 , 2-3.
"Em Deus há três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; e cada uma delas possui a essência divina que é numericamente a mesma." - O IV Concílio de Latrão (1215), sob Inocêncio III 1198-1216, diz:
"Firmemente cremos e simplesmente confessamos, que apenas um só é o Deus Deus, eterno, imenso e imutável, incompreensível, onipotente e inefável: Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas certamente, mas uma só essência, substância ou natureza absolutamente simples. O Pai não vem de ninguém, o Filho apenas do Pai, e o Espírito Santo ao mesmo tempo de um e de outro, sem começo, sempre e sem fim." Dz.428.
O dogma da Trindade é declarado por este Concílio, mas o Concílio de Florença (1348 - 1445), sob Eugênio IV (1431-1447), apresentou um compêndio desta doutrina que pode ser considerada como a meta final da evolução do dogma:
"Por razão desta unidade o Pai está todo no Filho, todo no Espírito Santo; o Filho está todo no Pai, todo no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho. Nenhum precede a outro em eternidade ou lhe excede em grandeza, ou lhe sobrepuja em poder ..." Dz. 704.
Sagradas Escrituras:
No Antigo Testamento é subentendida a alusão ao mistério da Trindade:
- Gn 1, 26 . "Façamos ao homem...
- Sl 2. 7 "Teu és meu Filho, hoje te gerei."
Novo Testamento:
"O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com Sua sombra, e por isto o Filho criado será Santo, será chamado Filho de Deus." (Lc 1,35) - (Espírito Santo Altíssimo e Filho do Altíssimo.)
"Viu ao Espírito de Deus descer como pomba e vir sobre Ele, enquanto uma voz do céu dizia: Este é meu Filho amado em quem tenho Minha complacência." (Mt. 3, 16 ss.)
Onde se revela claramente o mistério da Trindade é em:
"Ide, pois, ensinai a todas as gentes, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." (Mt. 28, 19).
Assim como o homem pode por sua única razão descobrir a um Deus Uno, ao conhecimento de um Deus Trino não poderá chegar senão da Divina Revelação.
Em Deus, a ação de entender, o mesmo que a de amar, identificam-se com sua própria essência divina, porque seu entender e seu querer constituem um mesmo Ser. Por isso, nos dois procedimentos divinos, ou seja dá origem ao Filho por via de geração intelectual e a que dá origem ao Espírito Santo por via de amor procedente do Pai e do Filho, não se dá sucessão alguma, nem prioridade nem posteridade...são eternas com a mesma eternidade de Deus.
O Pai, efetivamente, vendo refletido em sua própria divina essência a seu Verbo divino, que é a Imagem perfeitíssima de Si mesmo, O ama com um amor sem limites. E o Verbo, que é a Luz do Pai, seu Pensamento eterno, sua Glória, sua Formosura, o esplendor de todas suas perfeições infinitas, devolve a seu Pai um amor semelhante, igualmente eterno e infinito. E ao encontrarem-se as correntes do amor que brota do Pai com aquela que vem do Filho, salta por assim dizer, uma torrente de chamas que é o Espírito; amor único, ainda que é mútuo, vivente e subsistente; abraço inefável, vínculo que completa ao Pai ao Filho na unidade do Espírito Santo.